Meu nome é Alexandre Luquete e sou formado em teologia, pedagogia e psicopedagogia. Sou consultor educacional, escritor e pastor evangélico. Estou há mais de 20 anos inspirando pessoas a mudar.
Vou escrever alguns artigos na área de Desenvolvimento pessoal contínuo e caso você não saiba o que é, vou tentar explicar resumidamente. Esse é o processo ou a arte de buscar constantemente o crescimento e o aprimoramento em sua vida, por meio de atividades e práticas que visam autoaperfeiçoamento. É um compromisso de investir em si mesmo e seguir uma mentalidade de aprendizado ao longo da vida.
Você já ouviu falar do Lucas? Ele era o melhor atacante do time de futebol da escola. Ele fazia gols de todos os jeitos, era o ídolo dos colegas, e talvez o futuro do futebol brasileiro.
Mas tudo mudou quando o técnico teve uma ideia genial: ensinar o Lucas a ser goleiro! Sim, você leu certo. O técnico achou que o Lucas precisava aprender a jogar em todas as posições, que ele precisava sair da sua zona de conforto, que ele precisava se adaptar às novas exigências do esporte.
E o que aconteceu? O Lucas virou um goleiro medíocre. Ele não conseguia defender nenhuma bola, ele sofria gols bobos, ele era vaiado pela torcida. Ele perdeu a confiança, a alegria, a vontade de jogar. Ele deixou de ser o artilheiro do time, para ser o vilão do time.
E o pior de tudo: ele também perdeu a paixão pelo futebol. Ele deixou de ser o futuro do futebol brasileiro.
Parece óbvio que o técnico errou e matou um talento? Pois é. Só que não parece tão óbvio assim quando você faz isso com seus filhos, alunos e até consigo mesmo. Nós somos grandes matadores talentos.
Nossa estratégia errada de desenvolvimento pessoal começa na escola e em casa; Muitos pais se preocupam com o desempenho escolar de seus filhos, especialmente quando se aproxima o vestibular, a porta de entrada para o ensino superior e para o mercado de trabalho. Por isso, muitos recorrem a professores particulares, que oferecem reforço e acompanhamento nas matérias em que os alunos têm mais dificuldade.
No entanto, será que essa é a melhor estratégia para garantir o sucesso dos filhos? Será que vale a pena investir em um professor particular de matemática para um aluno que tira 5 nessa disciplina, enquanto ele tira 10 em literatura, sem nenhum apoio extra?
A resposta pode surpreender muitos pais e professores: não! Na verdade, o ideal seria contratar um professor particular de literatura para esse aluno, e não de matemática. Por quê?
Porque se a literatura é a área em que esse jovem tem mais potencial, mais talento, mais paixão e é a área em que ele naturalmente já atinge a máxima expectativa da escola, sem precisar de nenhum esforço adicional, imagine, então, o que ele poderia fazer se tivesse um apoio e um incentivo maior; se pudesse aprofundar seus conhecimentos e desenvolver suas habilidades, ampliando seus horizontes e explorando sua criatividade. Um craque da bola, digo, da literatura.
Esse aluno poderia se tornar escritor, poeta, crítico literário, professor, jornalista, tradutor, pesquisador, historiador, advogado, diplomata, um agente de transformação social. As possibilidades são infinitas.
Para ilustrar esse ponto, podemos citar alguns exemplos de pessoas que se destacaram na literatura e em outras áreas relacionadas. Machado de Assis, por exemplo, foi um dos maiores escritores da língua portuguesa, mas também foi jornalista, crítico literário, fundador da Academia Brasileira de Letras e funcionário público. Clarice Lispector, outra grande escritora brasileira, foi também tradutora, jornalista, diplomata e mãe. Poderíamos ir além dos exemplos da literatura e falar sobre grandes físicos que não são escritores, ou biólogos que não são matemáticos.
O que eu quero dizer é que um aluno medíocre em exatas, com apoio extra, se tornará apenas mediano. Ele poderá melhorar um pouco suas notas, mas dificilmente se destacará em uma área que não lhe interessa nem motiva. Ele poderá passar no vestibular, mas dificilmente encontrará satisfação e realização profissional em uma carreira que não lhe corresponde.
Isso não significa que a matemática seja menos importante ou menos nobre do que a literatura. Significa apenas que cada pessoa tem uma aptidão, uma vocação, uma paixão diferente. E que é mais sensato e mais proveitoso investir naquilo que nos faz felizes, que nos faz crescer, que nos faz contribuir para o mundo.
Agora que o óbvio está esclarecido, quero passar ao que não é tão evidente assim. Se você já passou dos 40 (alguns já passaram dos 40 faz mais de 40 anos, mas isso não importa, o que vou dizer vale para qualquer pessoa enquanto estamos vivos) e abraçou a mediocridade, tenho boas notícias para você. Investir no seu potencial continua sendo um ativo de alta rentabilidade.
Já pensou em aprender a fazer churrasco? Recentemente, assisti a uma palestra de um senhor, com seus 50 e tantos anos, que na pandemia decidiu que iria aprender a fazer o melhor churrasco da vida. Dois anos depois, ele tem um canal de sucesso no YouTube, é contratado como churrasqueiro em grandes eventos, largou o emprego e vive do que gosta.
Semana passada, conheci um senhor de 80 anos que começou a apresentar problemas de memória. E o que ele fez? Ele poderia ter sentado na poltrona e esperado a vida terminar. Mas, muito diferente disso, resolveu aprender a língua hebraica. Não apenas amenizou e postergou a perda de memória, como conseguiu aprender a Bíblia de uma forma mais apaixonada e profunda.
Termino insistindo com você: vestibular não é a única medida para o sucesso.
Contrate um professor particular de literatura para seu filho que tira 10 nessa disciplina. Você estará fazendo um investimento não só no seu futuro acadêmico, mas também no seu futuro pessoal, profissional e social. Você estará contribuindo para a formação de um ser humano mais completo, mais feliz, mais útil à sociedade.
Mas contrate um professor para você também. A vida é bela e o mundo é muito bom.
Mín. 22° Máx. 28°
Mín. 22° Máx. 25°
ChuvaMín. 20° Máx. 22°
Chuva