Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado desafios econômicos que refletem diretamente as decisões da política federal. O ano de 2025, em especial, tem sido marcado por uma crescente tensão entre as promessas feitas pelo governo e as realidades econômicas que se apresentam. A desaceleração econômica, o aumento da inflação e o desemprego persistente formam um quadro que exige atenção e ações mais efetivas.
A falta de uma reforma fiscal consistente está entre os principais pontos de crítica. Embora o governo tenha prometido uma gestão mais responsável das contas públicas, o déficit primário alcançou 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, segundo dados do Banco Central. Esse índice superou as previsões iniciais, gerando desconfiança nos mercados e limitando a capacidade de investimentos. Além disso, a dívida pública ultrapassou os 78% do PIB, o que pressiona as taxas de juros e dificulta ainda mais a recuperação econômica.
Outro fator preocupante é a abordagem assistencialista adotada pelo governo sem o devido incentivo ao crescimento do mercado de trabalho. Programas de transferência de renda, como o aumento no valor do Bolsa Família, são cruciais para combater a pobreza e reduzir desigualdades sociais. Contudo, especialistas alertam que essas políticas, se não forem acompanhadas de medidas para estimular a economia real e a geração de empregos, podem se tornar um entrave ao crescimento sustentável.
A questão tributária também permanece um obstáculo para o avanço econômico. Pequenos e médios empresários enfrentam um ambiente hostil devido à elevada carga tributária e à burocracia excessiva. Conforme dados do IBGE, a informalidade no Brasil chegou a 39,8% em 2024, um número alarmante que reflete a incapacidade do setor formal em absorver a força de trabalho. A simplificação do sistema tributário é uma demanda antiga do setor produtivo, mas até o momento não houve avanços significativos nessa área.
No contexto internacional, a política econômica brasileira também apresenta vulnerabilidades. Embora o agronegócio continue a ser um dos pilares da economia, a dependência excessiva de commodities torna o país suscetível às oscilações do mercado global. Em 2024, a balança comercial registrou um superávit de US$ 42 bilhões, abaixo dos US$ 60 bilhões alcançados no ano anterior, conforme informações do Ministério da Economia. Essa queda ressalta a necessidade de diversificação das exportações e da busca por novos mercados.
Além dos desafios internos e externos, a falta de diálogo entre o governo e o setor produtivo tem sido uma crítica recorrente. Empresários e economistas apontam a ausência de uma visão estratégica de longo prazo que ofereça segurança e previsibilidade. Sem um plano claro, o país segue enfrentando dificuldades para atrair investimentos e promover um crescimento econômico robusto.
O cenário atual exige, portanto, que a política federal tome medidas mais assertivas e alinhadas com as necessidades da economia brasileira. Reformas estruturais, incentivos ao empreendedorismo, simplificação tributária e políticas de estímulo à geração de empregos são caminhos que precisam ser trilhados com urgência. Somente assim será possível transformar promessas em realidade e garantir um futuro econômico mais estável e próspero para o Brasil.
Por: Sargento Neri
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