Não há provérbios e tampouco ditados que cabem neste espaço, para amenizar a afronta á democracia, quando o Presidente Lula, relativizou o conceito de Democracia, em resposta a uma pergunta sobre o governo da Venezuela.
E pasmem; não satisfeito com seu impropério e tentando se justificar, Lula diz ainda que, “desde que Chaves tomou posse, a Venezuela tem mais eleições do que o Brasil”. Ora Presidente, China, Cuba e até a Coréia do Norte, tem eleições, portanto, não são referências de democracia. Lula não é tolo, é um político sagaz e experiente e tem uma retórica política excelente. Logo, Lula incorreu em um ato falho? Talvez. Deixemos para a psicologia explicar tal fenômeno.
Contudo, é fato que há décadas, que a democracia está sofrendo ataques sistematicamente; mesmo em países considerados democracias fortes, como a dos EUA que passaram de uma democracia completa a uma democracia incompleta, resultado do questionamento da legitimidade das eleições e da acusação sem provas de fraudes em massa por parte da mais alta autoridade do país. Segundo o Jornal The Economist, após quatro anos do governo Trump, a insurreição no Capitólio em Washington mostrou como uma grande democracia pode chegar perto do colapso.
Qualquer semelhança com os fatos ocorridos no Brasil, no fatídico dia “8 de janeiro”, é mera coincidência. Ameaças á democracia se concretizam de difentes formas, ou seja, desde desrepeitos aos direitos humanos, formas veladas de censura, apologia em prol ao fechamento de Casas Legislativas, de Supremas Cortes, bombardeamento de fake news nas redes sociais, inclusive fenômenos diversos, como o populismo, extremismo, autoritarismo e lideranças demagógicas, que tem ganhado forças nas últimas décadas. Entretanto, infelizmente, é bom ressaltar que referidos fenômeno dificilmente desaparecerão.
A não ser, que desde já, haja um pacto para o aprimoramento de nossa democracia, onde ressalto um pacto pela educação. (São tres pactos: Responsabilidade Fiscal, Econômico-Social e Educação, descritos no artigo “A Democracia sob pressão: o que está acontecendo no mundo e no Brasil” – Cebri-Revista). Após essa breve síntese, digo que Lula é um paradoxo ambulante. Em um resumo simples, no espectro político, uma das bases mais cara a esquerda é a defesa dos direitos humanos e de uma maior igualdade social, normalmente envolvendo uma preocupação especial com os cidadãos que são considerados em desvantagem em relação aos outros. E, é tudo o que não existe na Venezuela.
Á título de ilustração, segundo o Índice de Democracia de 2020, produzido pelo Jornal The Economist, um relatório classificou apenas três países da América Latina e do Caribe, como democracias completas (Chile, Costa Rica e Uruguai). Na região existem 13 democracias incompletas, cinco regime híbridos e três regimes autoritários (Nicarágua, Cuba e Venezuela). Grifo meu, em razão da defesa aguerrida destes países onde segundo o Presidente Lula, o conceito de democracia é mal comprendido. Lula têm postulado e trabalhado intensamente pela liderança política na América Latina, porém suas reóricas em defesa ao ditador da Venezuela, não tem encontrado ecos nem em seus pares. Sobrios e sensatos, os Presidentes do Uruguai e do Chile, prontamente o rechaçaram. Incoerente e desorientado ideologicamente, Lula, passou da hora em voltar á realidade.
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